INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos a história de uma das principais famílias do Antigo Testamento, destacando o erro da predileção de filhos cometido por Jacó e Rebeca e seus respectivos resultados. Também mencionaremos aspectos positivos da família do patriarca Jacó, apesar da fragilidade do casal.
I – ENTENDENDO O CONCEITO DE PREDILEÇÃO
1.1 Definição etimológica da palavra predileção: A predileção significa preferência acentuada por alguém ou algo, afeição, inclinação, escolha, favoritismo, preeminência, propensão e
1.2 Exemplos de predileção na Bíblia: A Bíblia apresenta exemplos de predileção que causaram prejuízos no lar, como Jacó e Esaú (Gn 25.28), José e seus irmãos (Gn 37.3,4), Caim e Abel, e Davi e seus irmãos (1Sm 16.5c; 1Sm 16.10; 1Sm 16.11a). Estas histórias enfatizam a importância de tratar todos os filhos com igualdade e justiça.
II – PROBLEMAS RESULTANTES DO FAVORITISMO ENTRE JACÓ E REBECA
A predileção entre os filhos de Jacó e Rebeca gerou diversos problemas na família, como:
- Deslealdade (Gn 27.12): Jacó teme ser visto como desleal caso seu pai o descubra enganando-o para obter a bênção.
- Falsidade (Gn 27.18-19): Jacó é falso com seu pai, Isaque, afirmando ser Esaú, seu irmão primogênito, buscando a bênção de seu pai.
- Ausência de reverência (Gn 27.20-22): Jacó atribui sua rapidez em encontrar caça à intervenção divina, e apesar de Isaque desconfiar da voz de Jacó, prossegue com a bênção.
- Logro (Gn 27.23-27): Isaque não reconhece Jacó devido à semelhança das mãos peludas com as de Esaú, e acaba abençoando Jacó.
- Ressentimento (Gn 27.34): Esaú fica extremamente ressentido ao descobrir que Jacó recebeu sua bênção.
- Ardil (Gn 27.35): Isaque percebe que Jacó agiu com astúcia para receber a bênção de Esaú.
- Desolação (Gn 27.38): Esaú chora e súplica por uma bênção de seu pai, depois de descobrir o logro de Jacó.
- Rancor (Gn 27.41): Esaú passa a guardar rancor de Jacó por ter roubado sua bênção e planeja matá-lo após o luto de seu pai.
- Rebelião (Gn 28.6-9): Esaú percebe que seu pai desaprova as filhas de Canaã e, em resposta, casa-se com uma mulher de uma linhagem que também desagrada seu pai.
III – QUANDO OS FILHOS TÊM PERSONALIDADE DIFERENTE DOS PAIS
Os irmãos Esaú e Jacó possuíam diferenças significativas:
3.1 Esaú, o filho que desprezou a bênção divina: Esaú, chamado também de Edom, foi o pai dos edomitas e era um perito caçador, homem viril e destemido. Ele mostrou desprezo pelas bênçãos da aliança ao casar-se com mulheres cananeias (Gn 24.3,4; Gn 26.34,35) e trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas (Gn 25.29-32,34), caracterizando-se como um homem profano, imediatista e soberbo (Hb 12.16).
3.2 Jacó, o filho que abraçou a bênção divina: Jacó era pacato e tranquilo, gostava da casa e de seus afazeres (Gn 25.27). Ele foi o herdeiro da promessa desde a sua concepção, eleito soberanamente por Deus (Gn 25.23; Rm 9.10-13). Apesar de seu caráter imperfeito e manipulador, Jacó aprendeu a depender de Deus ao longo de sua vida. Ele lutou com Deus e teve seu nome mudado para Israel (Gn 32.24-28), tornando-se o pai das doze tribos de Israel. Deus trabalhou no caráter de Jacó, moldando-o e transformando-o em um homem de fé.
3.3 Um relacionamento difícil entre irmãos: As diferenças de personalidade e escolhas de vida entre Esaú e Jacó levaram a uma relação conturbada e hostil entre os irmãos (Gn 27.41). Esaú sentiu-se traído quando Jacó recebeu a bênção de Isaque, que por direito deveria ser dele como primogênito. Essa tensão entre os irmãos reflete o conflito mais amplo entre os descendentes de ambos: os israelitas e os edomitas.
3.4 A reconciliação e o perdão: Apesar do passado conturbado, Esaú e Jacó se reconciliaram anos mais tarde (Gn 33.1-11). Essa história demonstra o poder do perdão e da reconciliação, mesmo em circunstâncias complexas e difíceis.
IV – PROBLEMAS RESULTANTES DA FAVORITISMO ENTRE FILHOS
Os problemas decorrentes da preferência por um filho em detrimento dos outros incluem:
4.1 Tensões familiares (Gn 27.41; 37.3,4,8). O favoritismo pode provocar inveja, ciúme e ressentimento entre irmãos, levando a conflitos e disputas familiares.
4.2 Dano na relação entre pais e filhos (Gn 25.28). Favorecer um filho pode prejudicar a relação entre pais e filhos, especialmente com aqueles que não são favorecidos, gerando sentimentos de desconfiança e ressentimento.
4.3 Problemas na vida adulta (1Sm 17.28-30). Filhos favorecidos podem desenvolver um senso de superioridade e expectativas irreais sobre a vida adulta, dificultando sua adaptação à realidade e causando problemas em seus relacionamentos interpessoais.
4.4 Autoestima prejudicada (Lc 15.25-28). Quando um filho é claramente favorecido em detrimento dos outros, os irmãos podem se sentir desvalorizados e menos amados, levando a uma baixa autoestima e problemas emocionais e comportamentais.
4.5 Distribuição desigual de recursos (Mt 20.20-21,24). A preferência por um filho pode fazer com que os pais distribuam recursos de maneira desigual entre os filhos, prejudicando aqueles que não são favorecidos.
V – ASPECTOS POSITIVOS DO CASAMENTO DE ISAQUE E REBECA
5.1 Casamento segundo o padrão divino. Diferentemente de Abraão e Jacó, Isaque não se envolveu com uma serva quando sua esposa não engravidou. Ele amava Rebeca (Gn 24.67) e teve apenas ela como esposa (Gn 25.20), o que significa que seu casamento seguia o padrão estabelecido por Deus: monogâmico.
5.2 Casamento sustentado pela oração. Diante da infertilidade de Rebeca, Isaque orou a Deus por sua esposa por 20 anos (Gn 25.21). Essa atitude demonstra sua fé em Deus e seu amor por Rebeca.
5.3 Casamento afetuoso. Isaque e Rebeca formam talvez o casal mais romântico das Escrituras, como é mostrado em seu primeiro encontro (Gn 24.62-67) e na demonstração de carinho entre eles (Gn 26.8).
5.4 Casamento abençoado pela ação de Deus. A esterilidade era vista como ausência da bênção divina na antiguidade. No entanto, Deus interveio várias vezes na história bíblica, incluindo no caso de Rebeca (Gn 25.21), mostrando sua graciosa ação na família de Isaque e Rebeca (CHAMPLIN, 2010, p. 174).
CONCLUSÃO
A família do patriarca Jacó nos proporciona lições essenciais sobre os desafios e consequências do favoritismo entre os filhos. É fundamental tratar todos os filhos com igualdade, amor e respeito, prevenindo conflitos familiares, ressentimentos e problemas emocionais e comportamentais. Ao mesmo tempo, a fé, a oração e o amor entre o casal são elementos cruciais para construir uma família saudável e abençoada.
O casamento de Isaque e Rebeca demonstra um relacionamento baseado no padrão divino, na oração e no afeto mútuo, destacando a importância de buscar a orientação e a bênção divina em nossas famílias. A ação de Deus na vida deste casal nos ensina que podemos superar os desafios e construir relacionamentos saudáveis e duradouros.
Ao analisar os exemplos apresentados nas Escrituras, devemos aprender com os erros e acertos dos personagens bíblicos e aplicar esses ensinamentos em nossas próprias famílias. Assim, seremos capazes de criar ambientes familiares harmoniosos e fortalecidos, onde cada membro se sinta valorizado e amado, permitindo que as bênçãos de Deus fluam livremente.
Desafio Bíblico – Teste seus conhecimentos sobre a lição!
- O que significa a palavra “predileção” e quais são alguns exemplos de predileção na Bíblia?
Resposta: Predileção significa preferência acentuada por alguém ou algo, afeição, inclinação, escolha, favoritismo, preeminência, propensão. Exemplos de predileção na Bíblia incluem Jacó e Esaú (Gn 25.28), José e seus irmãos (Gn 37.3,4), Caim e Abel, e Davi e seus irmãos (1Sm 16.5c; 1Sm 16.10; 1Sm 16.11a).
- Quais problemas foram gerados na família de Jacó e Rebeca devido à predileção entre seus filhos?
Resposta: Deslealdade, falsidade, ausência de reverência, logro, ressentimento, ardil, desolação, rancor e rebelião.
- Como eram as personalidades de Esaú e Jacó, e como isso afetou o relacionamento entre eles?
Resposta: Esaú era um perito caçador, homem viril e destemido, enquanto Jacó era pacato e tranquilo, gostando da casa e de seus afazeres. As diferenças de personalidade e escolhas de vida entre Esaú e Jacó levaram a uma relação conturbada e hostil entre os irmãos.
- Como Esaú e Jacó se reconciliaram anos mais tarde?
Resposta: Apesar do passado conturbado, Esaú e Jacó se reconciliaram anos mais tarde (Gn 33.1-11), demonstrando o poder do perdão e da reconciliação, mesmo em circunstâncias complexas e difíceis.
- Quais são alguns problemas resultantes do favoritismo entre filhos?
Resposta: Tensões familiares, dano na relação entre pais e filhos, problemas na vida adulta, autoestima prejudicada e distribuição desigual de recursos.
- Quais aspectos positivos podem ser observados no casamento de Isaque e Rebeca?
Resposta: Casamento segundo o padrão divino, casamento sustentado pela oração, casamento afetuoso e casamento abençoado pela ação de Deus.
- Como o casal Isaque e Rebeca lidou com a infertilidade de Rebeca?
Resposta: Diante da infertilidade de Rebeca, Isaque orou a Deus por sua esposa por 20 anos (Gn 25.21), demonstrando sua fé em Deus e seu amor por Rebeca.
- O que podemos aprender com a família do patriarca Jacó em relação aos desafios e consequências do favoritismo entre os filhos?
Resposta: É fundamental tratar todos os filhos com igualdade, amor e respeito, prevenindo conflitos familiares, ressentimentos e problemas emocionais e comportamentais. Ao analisar os exemplos apresentados nas Escrituras, devemos aprender com os erros e acertos dos personagens bíblicos e aplicar esses ensinamentos em nossas próprias famílias.