LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS – 1º Trimestre de 2023
Título: Aviva a Tua Obra — O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
Comentarista: Elenildo Renovato
LIÇÃO 11 – AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA
Data: 12 de março de 2023
A relação entre o verdadeiro avivamento e a missão da Igreja de Cristo é tema de extrema importância, pois é através da evangelização que o reino de Deus é promovido em meio à sociedade. A missão da Igreja, segundo Horton (2006), é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo, e Cristo a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo para que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus. O objetivo deste texto é destacar a importância da evangelização e suas implicações, elencar alguns dos principais erros doutrinários acerca da missão da Igreja na terra, e apresentar os exemplos do Senhor Jesus e do Apóstolo Paulo quanto às estratégias na evangelização e a capacitação que todo cristão precisa ter para realizar a sua missão como embaixadores do Reino de Deus.
I – A MISSÃO DA IGREJA
A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Pedro (1Pe 2.9), a Igreja foi eleita para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta para si mesma; e, na evangelização, a Igreja focaliza o mundo (Horton, 2006). A evangelização é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna (Gilberto, 2008). A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar, pois sua existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar.
II – DISTORÇÕES DOUTRINÁRIAS SOBRE A MISSÃO DA IGREJA
Ao longo da história, alguns equívocos doutrinários acerca da missão da Igreja surgiram. Dentre eles, podemos elencar os três principais. O primeiro equívoco é a ideia de que a Igreja deve exercer o papel do Estado. Segundo essa visão, a Igreja e o Estado devem estar fundidos para cumprir sua missão precípua. Essa linha de pensamento trouxe sérios prejuízos históricos e doutrinários na compreensão da visão correta do Reino de Deus. Porém, Jesus deixou claro que Seu reino não é deste mundo e nem veio para fundar nenhum estado cristão (Mt 27.11-31; Mc 15.1-20; Lc 23.1-25; Jo 18.36, que no AT, o Espírito Santo vinha sobre os filhos de Israel a fim de capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz 6.34; I Sm 16.13). No NT, isso mudou, pois o Espírito não estaria apenas conosco, mas em nós, sendo a capacitação ampliada (Jo 14.16,17).
O apóstolo Paulo também enfatizou a importância da capacitação do Espírito Santo na obra evangelística. Em sua carta aos Coríntios, ele afirmou que sua pregação não se baseava em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas na demonstração do poder do Espírito Santo (1Co 2.4). Além disso, Paulo ressaltou que a capacitação do Espírito Santo é necessária para que os crentes possam discernir e falar em línguas (1Co 14.2), profetizar (1Co 14.3) e realizar milagres (1Co 12.10).
Portanto, é essencial que a Igreja busque a capacitação do Espírito Santo para cumprir sua missão evangelística. Isso inclui o desenvolvimento da espiritualidade individual e coletiva, a oração pela direção e orientação do Espírito, e a abertura para a manifestação dos dons espirituais.
III – ABORDAGENS PARA A EVANGELIZAÇÃO
3.1 A evangelização não tem preferência por lugares
No ministério de Cristo e de Paulo, não encontramos distinção de lugares para a pregação do evangelho. Jesus pregou em aldeias e cidades, assim como Paulo se dispôs a levar a mensagem do Evangelho às grandes cidades. Por isso, é importante seguir o exemplo de Cristo e cuidar para que nenhuma região seja negligenciada na pregação do evangelho, a fim de alcançar o maior número de pessoas (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-20; Lucas 24:46-49; João 20:21,22; Atos 1:8).
3.2 A importância da capacitação para a evangelização
De acordo com as Escrituras, o Espírito Santo é derramado sobre os servos de Deus para capacitá-los a realizar a obra de evangelização. No Antigo Testamento, o Espírito vinha sobre os filhos de Israel para capacitá-los para um fim específico. Já no Novo Testamento, o Espírito Santo está presente não apenas com os servos de Deus, mas também dentro deles, ampliando a capacitação (João 14:16,17).
Em Lucas 24:49 e Atos 1:8, Jesus confirma a promessa do Pai de capacitar seus discípulos para a obra que deveriam realizar. Para isso, era necessário que Jesus fosse ao Pai e rogasse pela vinda do outro Consolador para estar com seus servos. Com a vinda do Espírito para estar com a Igreja, o Senhor Jesus concedeu a seu povo aquilo que seria necessário para realizar sua missão aqui na terra até sua vinda.
CONCLUSÃO
Como Igreja, temos a responsabilidade de proclamar as boas novas de salvação a todos os homens. Devemos utilizar todos os canais legítimos que dispomos para que a mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de pessoas possível. É essencial lembrar que a Igreja existe para evangelizar e que a evangelização é uma tarefa ordenada por Deus a todos os discípulos de Cristo. Devemos estar cientes dos equívocos doutrinários acerca da missão da Igreja na terra e seguir o exemplo do Senhor Jesus e do Apóstolo Paulo, que nos mostram a importância de evangelizar sem preferência por lugares e de estarmos capacitados pelo Espírito Santo para realizar essa obra.
Referências:
RENATO, E. Lições Bíblicas CPAD – Adultos – 1º Trimestre de 2023. Título: Aviva a Tua Obra — O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
HORTON, M. O. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
GILBERTO, A. B. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida, 1995.
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