Lição 01 [2º/2023]: Quando a Família Age Por Conta Própria

INTRODUÇÃO

Nesta lição, analisaremos a família de Abraão, um personagem central das Escrituras. Mesmo com as promessas de Deus em sua vida, Abraão agiu precipitadamente com sua esposa Sara, gerando consequências significativas. A história de Abraão nos mostra que, ao viver em obediência e submissão, as famílias podem desfrutar das bênçãos de Deus.

I – ASPECTOS GERAIS DE ABRAÃO

1. Origem e contexto histórico

Nascimento e localização: Abraão nasceu em Ur dos Caldeus, uma antiga cidade da Mesopotâmia, localizada no atual Iraque, por volta de 2166 a.C. (Gn 11.26-28). Ur era um importante centro comercial e cultural na época. Ur dos Caldeus era um centro religioso politeísta, com a adoração ao deus-lua Nanna como principal devoção. A família de Abraão provavelmente participava dessa cultura religiosa antes do chamado de Deus (Js 24.2).

• Nome e mudança de identidade

Nome original: Seu nome inicial, Abrão, significa “pai elevado” ou “pai das alturas” (Gn 11.26). O nome reflete a importância do patriarca na sociedade e cultura de sua época.

Mudança de nome: Depois de fazer uma aliança com Deus, seu nome mudou para Abraão, que significa “pai fecundo” ou “pai de uma multidão” (Gn 17.5,6). Essa mudança simboliza a transformação de sua vida e a promessa de Deus de fazer dele o pai de muitas nações.

• Família e casamento

Filiação: Abraão era filho de Terá, um homem que também teve outros dois filhos: Naor e Harã (Gn 11.26-28).

Casamento: Abraão casou-se com Sarai, sua meia-irmã por parte de pai (Gn 20.12). Sarai era filha de Terá, mas de outra mãe. Posteriormente, seu nome foi mudado para Sara, que significa “princesa” (Gn 17.15).

Filhos: Abraão teve dois filhos principais. O primeiro, Ismael, nasceu de sua união com Hagar, serva de Sara (Gn 16.1-16). O segundo, Isaque, nasceu de sua esposa Sara, cumprindo a promessa divina (Gn 21.1-7). Abraão também teve outros filhos com Quetura, sua segunda esposa, após a morte de Sara (Gn 25.1-6).

• Morte e sepultamento

Morte: Abraão morreu aos 175 anos (Gn 25.7-8), após ter vivido uma vida longa e próspera.

Sepultamento: Abraão foi sepultado por seus filhos Isaque e Ismael na caverna de Macpela, que havia sido comprada por ele como um local de sepultamento para sua esposa Sara (Gn 23.1-20; 25.9-10). A caverna de Macpela está localizada na atual cidade de Hebrom, na Cisjordânia.

II – A IMPRUDÊNCIA DE ABRAÃO E SARA

Abraão e Sara enfrentaram o desafio da infertilidade, uma situação que provocava grande sofrimento e angústia, especialmente considerando a importância da descendência na cultura da época (Gn 11.30; 16.1,2). Deus havia prometido a Abraão e Sara que teriam um filho e que, por meio dele, se originaria uma grande nação (Gn 12.2; 15.4). No entanto, o casal, impaciente e pressionado pelas circunstâncias, acabou tomando uma decisão precipitada.

Agravando a situação, Abraão e Sara decidiram buscar uma solução alternativa para a infertilidade: Abraão concebeu um filho com Agar, serva de Sara (Gn 16.1-4). Esta escolha, embora compreensível diante das pressões culturais e da falta de conhecimento, acabou por demonstrar a falta de fé do casal na promessa divina e a violação de um princípio estabelecido por Deus.

Essa precipitação de Abraão e Sara não apenas gerou conflitos e tensões familiares, mas também serviu como um importante exemplo para as gerações futuras sobre a importância de confiar na palavra de Deus e esperar o cumprimento de Suas promessas. A história de Abraão e Sara nos ensina que Deus é fiel às Suas promessas e que a fé e a obediência são fundamentais na caminhada com Deus (Rm 14.23).

III – CONSEQUÊNCIAS DA IMPRUDÊNCIA NA FAMÍLIA DE ABRAÃO

1. Conflitos relacionais: A decisão apressada de Abraão e Sara em ter um filho com a serva Agar gerou uma série de conflitos interpessoais no seio da família. A gravidez de Agar fez com que ela se tornasse arrogante, desprezando Sara (Gn 16.4,5). Em resposta, Sara sentiu-se amargurada e acabou maltratando Agar (Gn 16.5,6). A dinâmica familiar tornou-se tóxica, com relacionamentos fraturados e comunicação prejudicada.
2. Transferência de responsabilidade: A situação complicada na família de Abraão também foi marcada pela transferência de responsabilidade entre seus membros. Sara culpou Abraão pela gravidez de Agar e o tratamento que recebeu em consequência (Gn 16.5). Abraão, por sua vez, permitiu que Sara tratasse Agar como quisesse, evitando assumir a responsabilidade pelo problema que ele mesmo ajudou a criar (Gn 16.6).
3. Desavenças perpétuas entre irmãos: A precipitação de Abraão e Sara não só gerou conflitos imediatos, mas também teve implicações duradouras para suas futuras gerações. Isaque, filho prometido de Abraão e Sara, e Ismael, filho de Abraão e Agar, acabaram tendo uma relação difícil e conturbada (Gn 21.8-10). Essa animosidade entre irmãos estendeu-se aos seus descendentes, perpetuando um ciclo de discórdia que perdurou por muitas gerações.

IV – O IDEAL DE DEUS PARA ABRAÃO E SUA FAMÍLIA

Deus tinha planos grandiosos e específicos para Abraão e sua família, que se desdobraram de diferentes maneiras:

1. A família como fruto da bênção divina: Deus prometeu a Abraão que ele se tornaria o pai de uma grande nação (Gn 12.2-a). Esta promessa estava relacionada ao aumento de seus descendentes, apesar dos desafios de infertilidade enfrentados por Abraão e sua esposa Sara. A bênção divina representou o poder e a fidelidade de Deus, que se manifestaram mesmo diante de circunstâncias aparentemente impossíveis.
2. A família como fruto da promessa divina: Deus prometeu abençoar e engrandecer o nome de Abraão, fazendo dele uma pessoa de grande influência e renome (Gn 12.2-b). Esta promessa destacava a importância de Abraão no plano divino e enfatizava a relação especial que ele compartilhava com Deus.
3. A família como fruto da prosperidade divina: Deus prometeu que, por meio de Abraão, todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12.3). O cumprimento desta promessa começou com o nascimento de Isaque (Gn 21.1-7) e continuou através da linhagem que levou a Jesus Cristo (Mt 1.1-17; Lc 3.23-38). Através de Jesus, todas as famílias da terra têm a oportunidade de serem abençoadas com a salvação e a vida eterna (Jo 3.16; At 3.25; Gl 3.8-9, 14). Assim, a família de Abraão se tornou um instrumento de bênção e redenção para o mundo inteiro, cumprindo a visão divina para a humanidade.

CONCLUSÃO

A história de Abraão e sua família nos ensina a importância de confiar nas promessas de Deus e agir de acordo com Sua vontade, ao invés de tentar resolver as coisas por conta própria. A precipitação de Abraão e Sara trouxe sérias consequências para sua família, gerando conflitos e discórdias que perduraram por gerações. No entanto, Deus continuou a ser fiel às Suas promessas e abençoou Abraão e sua descendência.

Podemos aprender com o exemplo de Abraão a importância de confiar em Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis. Ao nos submetermos à vontade de Deus e buscarmos Sua direção em nossa vida e família, podemos desfrutar das bênçãos que Ele tem reservado para nós. Que possamos sempre nos lembrar das promessas de Deus e buscá-las com fé e obediência, para que possamos ser abençoados e ser uma bênção para aqueles ao nosso redor.

Desafio Bíblico – Teste seus conhecimentos sobre a lição!

1. Quais foram as consequências da precipitação de Abraão e Sara ao ter um filho com a serva Agar?

Resposta: A precipitação gerou conflitos relacionais, transferência de responsabilidade e desavenças perpétuas entre irmãos.

• Qual é o significado do nome Abraão e por que ele foi mudado?

Resposta: O nome Abraão significa “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”. Seu nome foi mudado para simbolizar a transformação de sua vida e a promessa de Deus de fazer dele o pai de muitas nações (Gn 17.5,6).

• Como a família de Abraão se tornou um instrumento de bênção e redenção para o mundo inteiro?

Resposta: A família de Abraão se tornou um instrumento de bênção e redenção através da linhagem que levou a Jesus Cristo, dando a todas as famílias da terra a oportunidade de serem abençoadas com a salvação e a vida eterna (Mt 1.1-17; Lc 3.23-38; Jo 3.16; At 3.25; Gl 3.8-9, 14).

• Quais eram as promessas de Deus para Abraão e sua família?

Resposta: As promessas de Deus incluíam tornar Abraão uma grande nação, abençoar e engrandecer seu nome, e abençoar todas as famílias da terra por meio de sua descendência.

• Como a decisão de Abraão e Sara de ter um filho com Agar afetou sua família imediatamente?

Resposta: A decisão resultou em conflitos interpessoais, com Agar tornando-se arrogante e desprezando Sara, e Sara sentindo-se amargurada e maltratando Agar.

• O que a história de Abraão e Sara nos ensina sobre a importância de confiar na palavra de Deus e esperar o cumprimento de Suas promessas?

Resposta: A história nos ensina que Deus é fiel às Suas promessas e que a fé e a obediência são fundamentais na caminhada com Deus.

• Qual é a importância da esperança em tempos difíceis para a igreja?

Resposta: Abraão nasceu em Ur dos Caldeus, uma antiga cidade da Mesopotâmia, localizada no atual Iraque. Ur dos Caldeus era um centro religioso politeísta, e a família de Abraão provavelmente participava dessa cultura religiosa antes do chamado de Deus (Js 24.2).

• Quais foram os filhos de Abraão e com quem ele se casou?

Resposta: Abraão casou-se com Sarai, sua meia-irmã por parte de pai, cujo nome foi posteriormente mudado para Sara. Ele teve dois filhos principais: Ismael, nascido de sua união com Hagar, serva de Sara, e Isaque, nascido de sua esposa Sara, cumprindo a promessa divina. Abraão também teve outros filhos com Quetura, sua segunda esposa, após a morte de Sara (Gn 25.1-6).